Waste (Desperdício)

Publicado por em ago 23, 2010 em Mesinha de Cabeceira | 4 comentários

Revelando o escândalo global dos alimentos.

Há pouco tempo, falando sobre o Slow Food para técnicos que prestam assistência técnica para agricultores, um deles, indignado, me perguntou se nós (do Slow Food) tínhamos um plano para reduzir a população mundial, porque segundo ele não é possível alimentar todo mundo de maneira boa, limpa e justa. Argumentei sobre estarmos produzindo mais alimentos que o necessário, que somos 7 bilhões e produzimos alimentos para 12 bilhões, que o principal problema é a má distribuição e o desperdício, mas ele não se convenceu.

Se houvesse uma versão em português para este livro, talvez o título fosse traduzido para “Lixo”, mas ele fala mesmo sobre a verdade do desperdício de alimentos, de tempo, de recursos ambientais e econômicos.  O foco principal é o Reino Unido, Europa e Estados Unidos, mas também apresenta dados da Índia, Japão, Coréia. Como a própria capa do livro diz, desvenda realmente um grande escândalo global.

O autor, Tristram Stuart, iniciou uma criação de porcos quando ainda era adolescente, e começou a coletar restos de comida desperdiçados em alguns estabelecimentos próximos para alimentá-los. Percebeu a riqueza do “lixo” que recebia, e pouco a pouco foi se tornando freegan. Desta experiência, que ele conta em detalhes e muitos números, ele fez este minucioso estudo que apresenta no livro.

É preciso muita concentração para ler alguns trechos, porque são muitos dados, estatísticas, gráficos, fotos, referências. Não tem dados do Brasil, mas acredito que não estamos muito atrás nos índices de desperdício.

O livro ganhou vários prêmios e posteriormente Tristram criou o empreendimento “A Taste of Freedom” (Sabor da Liberdade) e em dezembro de 2009 alimentou 5000 pessoas (Feeding the 5000) na Trafalgar Square, em Londres, com alimentos que seriam desperdiçados (literalmente jogados fora, mesmo estando em boas condições) e foram doados por produtores, empacotadores e grandes empresas.

Outro empreendimento interessante de conhecer, que está relacionado com o livro, é o FareShare, um enorme banco de alimentos (que tem também ótimos vídeos).

Para saber mais sobre o freeganismo, tem um bom texto aqui, e outro aqui (sobre freegans em São Paulo).

O livro é muito esclarecedor. Vale a pena ler. Você já leu?

4 Comentários

  1. Muito oportuno o seu post, Roberta. Vou atrás das referências que você mencionou.
    Abs

  2. Roberta,
    gostei da sugestão. Com a estrutura de vida classe média que tenho não conseguiria por completo ser freegan. Mas como fui criada numa cultura anti-desperdício, quando por exemplo compro um maço de brócolis ou de couve, só mesmo os bichinhos encontrados neles ou as folhas muito manchucadas mesmo vão para o lixo, pois aproveito talos, flores e folhas. Tudo vira alimento. Cascas de abóbora viram pão e polpa então é ouro… Não é necessário adotar um estilo freegan, basta pensar em cada detalhe do dia a dia e consumir orgânicos com consciência. Bjs.Irmgard

  3. Cara Roberta ou quem possa me ajudar: queria saber sobre uma questão em relação ao “movimento freegan”: é sobre a saúde e segurança alimentar, uma vez que pelo que percebi estas pessoas recolhem alimentos do lixo, como é que fica estas das questões (saúde e segurança alimentar??…também gostava de saber como posso entrar em contacto com alguém que pratica este mesmo movimento…obg. a quem me puder dar mais informações…

  4. adorei o
    site

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