Metro DF – Ninguém Merece (II)

Publicado por em jul 29, 2010 em Blog | 1 comentário

No mínimo 25 minutos esperando na plataforma, que pouco a pouco vai ficando cheia. Um trem lotado chega muito vagarosamente. O que era lotado torna-se lotadíssimo, e segue seu destino, com os cidadãos dentro, espremidos. A mensagem para não por as mãos ou encostar nas portas é falada no auto-falante a cada 5 minutos, só para nos lembrar do patético que isto significa naquela situação.

Quinze quilômetros e 30 minutos depois, desembarque na Estação Central. A escada rolante, insuficiente para o contingente de trabalhadores atrasados, segue vagarosamente, com as pessoas paradas, lado a lado. Aqui ninguém imagina que a escada rolante possa acelerar o processo, que outras pessoas possam querer seguir subindo, não há um lado preferencial para isso. Os casais tem que ir lado a lado, de mãos dadas preferencialmente. Pisou na escada rolante tem que esperar.

Na outra escada é possível subir mais rápido, mas antes de chegar nela tem que cruzar a massa de gente formando fila para a escada rolante. Aí vem a fila desorganizada para passar nas roletas de saída. É muita gente e pouca roleta.

Alguns metros e mais escadas, desembarca-se na surreal Rodoviária do Plano Piloto, que aliás, descobri outro dia que é a única obra do Lucio Costa … vai ser motivo de outro texto, num outro dia.

Esta história acima, com um detalhe a mais ou a menos, tem se repetido quase que diariamente: o desrespeito diário com os cidadãos trabalhadores, pagantes de impostos e dos bilhetes caríssimos do metrô.

No meu círculo de colegas de trabalho, amigos e parentes, não tem muita gente que enfrenta esta situação, porque o normal é ter um carro. E é difícil encontrar notícias na mídia sobre esta situação. Notícias assim não devem vender jornal.

Será que tem solução?

Um Comentário

  1. Seria como desejar que a “zona sul”, como chamo carinhosamente nossa classe média que se realiza ao comprar um carro novo (ou quase), mudasse de vida, de prioridades e de visão de mundo. A solução virá de um problema qualquer, maior e mais grave, e que talvez ainda leve muitos anos pra acontecer. O pessoal da bicicletada de Brasília discute isso, se quiser participar da lista…

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